Dentro de alguns anos, aviões e naves terão um fator a mais com que
se preocupar. A intensidade das radiações solares, que esteve baixa
desde os anos 1920, vai voltar a subir a partir de agora. Essa condição,
que é inédita desde o início da era espacial, pode representar perigo a
veículos espaciais em missões, aviação e comunicação por satélites no
futuro.
A radiação solar, grosso modo, é inversamente proporcional às
erupções na superfície do sol. E as erupções são cíclicas: durante
alguns séculos está alta, depois entra em época de baixa atividade. Dos
anos 1700 até o início do século XX, a atividade solar (explosões) era
baixa, e a radiação era forte. De 1920 para cá, a situação se inverteu: o
sol entrou em período de fortes erupções e as radiações caíram.
Esse panorama foi favorável às tecnologias de aviação, iniciadas na
primeira metade do século, e descobertas espaciais e de satélites,
desenvolvidas a partir dos anos 60. Para todas estas atividades, a alta
radiação seria um problema. Nas próximas décadas, essa dificuldade será
real.
O curioso é que os cientistas que conduziram o último estudo sobre o
assunto não fizeram observações do espaço propriamente dito. Suas
análises focaram em troncos de árvore e mantos de gelo da Antártida, que
absorveram nitratos e isótopos cosmogênicos (basicamente, isótopos
impregnados de partículas espaciais), dos últimos dez mil anos.
A variação da concentração destas partículas permitiu aos
pesquisadores fazer uma linha do tempo de radiação solar no planeta ao
longo do tempo. Em um estudo separado, pesquisadores desenvolveram um
método para indicar com antecedência as chamadas “manchas solares”, que
são pontos magnéticos a partir dos quais as erupções se formam. Com a
junção destes dois diagnósticos, segundo os astrônomos, será possível
saber em que momentos a alta radiação solar poderá ser mais danosa às
nossas tecnologias espaciais.
Fonte: HypeScience
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