No dia 4 de outubro de 1957, foi lançado pela primeira vez um
satélite em órbita, o russo Sputnik 1, dando início à “Era Espacial”. No
55º aniversário do lançamento, a NASA realizou algo que era impensável
na época do Sputnik 1: lançar satélites a partir de uma estação
espacial. A operação foi executada por membros da Expedição 33 da
Estação Espacial Internacional (ISS).
Foram lançados cinco satélites cubesats, que, embora muito
menores do que os modelos mais comuns (têm em média 10 cm de largura),
podem ser de grande ajuda em pesquisas espaciais feitas em universidades
e centros tecnológicos. Colocar os “mini satélites” em órbita exigiu um
planejamento cuidadoso.
“Conduzimos toda uma análise para garantir que seria algo seguro de
se fazer a partir da estação, não apenas em relação ao lançamento
propriamente dito, mas também no transporte dos satélites para dentro da
estação”, explica Andres Martinez, do projeto Ames da NASA. A estrutura
usada para lançar os satélites, desenvolvida pela agência espacial
japonesa JAXA, é do tamanho de uma gaiola para animais pequenos.
Cubesats, tecnologia em miniatura
Um dos “mini satélites” lançados, o TechEdSat, foi desenvolvido por
alunos da Universidade Estadual de San Jose (EUA), com apoio da NASA,
que, segundo Martinez, garantiu que eles estivessem preparados para
cumprir rigorosos padrões de design e de processo de desenvolvimento.
Periodicamente, o TechEdSat irá enviar dados sobre sua temperatura e
órbita e outras informações que ajudem os alunos a entender mais sobre o
ambiente espacial.
Outro dos cubesats, chamado F-1, é fruto de uma colaboração
entre a desenvolvedora NanoRacks, a Universidade de Uppsala (Suécia) e a
Universidade FPT (Vietnã). Já os demais (RAIKO, WE WISH e FITSAT-1)
foram desenvolvidos por diversas instituições em conjunto com a JAXA. Um
deles (FITSAT-1) foi construído para enviar mensagens em código morse
usando luz, para que pesquisadores do Instituto Fukuoka de Tecnologia
(Japão) possam testar técnicas de comunicação óptica.
Como nenhum dos cubesats tem instrumentos de “manobra”, suas órbitas
tiveram de ser previamente calculadas, fazendo com que o risco de
colisão seja muito baixo. Com o sucesso da operação, a NASA está no
caminho de diminuir o custo de acesso ao espaço por civis – lançar
satélites a partir de uma estação espacial, apesar dos desafios, é mais
barato do que fazê-lo da Terra.
Ainda não há planos da NASA e da JAXA para repetir a experiência,
mas, de acordo com Martinez, há “uma porção” de alunos e engenheiros que
estão ansiosos para participar.
Fonte:HypeScience
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