Podemos respirar aliviados: se colidissem com o nosso
planeta, os pequenos buracos negros que estão perambulando pelo espaço
deixariam a Terra incólume.
Vários modelos
sugerem que a matéria pode ter entrado em colapso e se transformado em
buracos negros logo após o Big Bang. Os cientistas acreditam que o menor
desses buracos negros teria evaporado há muito tempo através de um
processo chamado de radiação Hawking.
Mas, de acordo com a física Katherine Mack, da Universidade de
Cambridge, esses pequenos buracos, que pesam cerca de um bilhão de
toneladas, ainda podem estar vagando por aí, já que são difíceis de
detectar, devido ao seu tamanho reduzido – são menores que o núcleo de
um átomo.
Por esse motivo, já foram dados dois
alarmes falsos. Em 1908, uma misteriosa explosão modificou uma área de
floresta com mais de 2 mil metros quadrados, perto do rio Tunguska, na
Sibéria. Em 1973, físicos propuseram que a culpa fosse de um desses
minis buracos negros. Mas a sugestão foi abandonada mais tarde.
Em
2003, um outro grupo de cientistas sugeriu que um conjunto inexplicável
de informações sismográficas poderia derivar de um objeto denso chamado
de strangelet, que estaria em colisão com a Terra. Mais tarde, esse
mesmo grupo descobriu que se tratava de um terremoto.
Mas
o que de fato aconteceria se fôssemos atingidos por um pequeno buraco
negro? Foi essa a dúvida sobre a qual o astrônomo Shravan Hanasoge, da
Universidade de Princeton, e seus colegas se debruçaram.
Segundo
Hanasoge, se fôssemos acertados em cheio por um buraco negro, tudo
aconteceria muito rapidamente, pois a velocidade do buraco negro seria
de milhares de quilômetros por segundo. Contudo, seria também muito
pequeno, pelo fato do buraco ser menor que um núcleo atômico. “Isso só
causaria um túnel, tal qual uma agulha, através do planeta”, explica o
pesquisador de Princeton.
Embora fosse pequeno,
Hanasoge afirma que saberíamos se tivéssemos sido atingidos por um mini
buraco negro. Isso porque o núcleo externo da Terra iria vibrar, criando
ondas de choque esféricas e simétricas, o que faria com que todos os
detectores sísmicos da Terra disparassem ao mesmo tempo. Se fosse um
terremoto, apenas alguns detectores disparariam, já que os tremores
normais são mais localizados.
“E a colisão seria
sentida como um tremor de magnitude 4, quase imperceptível. Portanto,
não haveria qualquer destruição”, diz Hanasoge. E ele ressalta: a Terra
ser atingida por um mini buraco negro é um evento extremamente raro, que
acontece aproximadamente a cada 10 milhões de anos.
Fonte: HypeScience
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