O núcleo morto de uma estrela massiva está produzindo um dos campos
magnéticos mais poderosos já registrados pelos cientistas. Medindo
apenas 12 quilômetros de diâmetro, o “magnetar” está exercendo uma força
20 trilhões de vezes maior que um ímã de geladeira.
Quando os astrônomos descobriram a estrela morta em junho de 2009,
batizada de SGR 0418 5729, suas medições iniciais indicaram um campo
magnético excepcionalmente baixo. Uma nova análise realizada com o
telescópio espacial XMM-Newton da ESA (agência espacial europeia)
mostrou que o magnetar, um tipo particular de estrela de nêutrons,
possui na verdade uma atração magnética incrível.
Remanescentes magnéticos de estrelas massivas
Estrelas de nêutrons são os restos de estrelas maciças que entraram em
colapso depois de queimar todo o seu combustível e se tornaram uma
supernova. Elas são objetos extremamente densos, abarrotados com mais
massa do que o nosso sol em um espaço do tamanho de uma cidade – com
entre 10 e 20 km de diâmetro.
Algumas estrelas de nêutrons passam, numa parte breve de sua
existência, a agir como um magnetar – assim nomeados por conta de seus
campos magnéticos extremamente intensos, que são bilhões de vezes
maiores do que aqueles produzidos por imagens de ressonância magnética.
De vez em quando, esses magnetars entram em erupção com explosões de
radiação de alta energia.
Medições iniciais do SGR 0148, que fica a cerca de 6.500 anos-luz da
Terra, indicaram uma força magnética de 6×10¹² gauss – cerca de 100
vezes abaixo do que normalmente se observa em magnetares. “Gauss” é a
unidade padrão utilizada para medir campos magnéticos. Um ímã do
refrigerador típico carrega cerca de 50 Gauss, e uma máquina de fMRI
(ressonância magnética funcional) cerca de 70.000 gauss.
A observação do estranho e inesperado campo magnético fraco do SGR
0148 tinha a ver com a forma como ele foi medido. Magnetares giram um
pouco mais lentamente do que estrelas de nêutrons, mas ainda podem fazer
uma rotação completa em poucos segundos. Astrônomos podem determinar a
força magnética pela medição da velocidade à qual a rotação está
diminuindo, mas esta técnica não permite medições mais detalhadas.
Medindo o monstro magnético
Uma técnica nova, desenvolvida por Andrea Tiengo, do Instituto
Universitário Studi di Superiori em Pavia, Itália, envolve a medição das
variações do espectro de raios-X do magnetar em intervalos de tempo
muito curtos, cada vez que gira. Isto permite análises muito mais
detalhadas e precisas – que revelam, potencialmente, o maior campo
magnético já observado pela ciência.
Usando a nova técnica, SGR 0148 apresentou um campo magnético superforte
e retorcido, atingindo 1×10¹⁵ gauss em uma pequena região da superfície
– com algumas centenas de metros de diâmetro. Isso é mais do que um
quatrilhão de Gauss.
Fonte: HypeScience
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