Dois astrônomos voluntários confirmaram a existência de um planeta
semelhante a Netuno em um sistema planetário que tem quatro sóis, o
primeiro sistema quádruplo com planetas já descoberto.
O planeta, que está a 5.000 anos-luz da Terra, orbita um par de
estrelas, e o conjunto por sua vez orbita um outro par de estrelas que
está a 1.000 UA de distância (UA significa Unidades Astronômicas. 1.000
UA são cerca de 149,5 bilhões de quilômetros).
Os astrônomos amadores Kian Jek, de San Francisco, e Robert Gagliano,
de Cottonwood, Arizona (ambos dos EUA), fizeram a descoberta usando os
imagens do Telescópio Espacial Kepler, da Nasa, liberadas no programa de
ciência cidadã Planet Hunters.
O Planet Hunters usa o reconhecimento de padrões dos seres humanos
para identificar trânsitos planetários, que são as passagens dos
planetas na frente das estrelas, fazendo com que elas “pisquem”. Foi o
que os dois astrônomos fizeram para identificar o sistema: examinaram
fotos e perceberam uma piscada nas estrelas, quando o planeta passava na
frente delas.
Assim que a descoberta foi anunciada, astrônomos profissionais usaram
os telescópios de Mauna Kea, no Havaí, e confirmaram a presença do
sistema quádruplo. O trabalho publicado tem os dois astrônomos amadores
como coautores.
Descoberta extremamente rara
Sistemas binários são comuns, mas sistemas binários com planetas são
extremamente raros: só conhecemos seis deles. O fato de ser um sistema
quádruplo foi uma surpresa completa, já que a probabilidade de um
planeta fazer parte de um sistema deste tipo é muito baixa.
O novo planeta foi chamado de PH1 (de Planet Hunters 1) e é o
primeiro planeta confirmado a orbitar um sistema binário em um sistema
estelar quádruplo hierárquico. A órbita de PH1 em torno das estrelas
centrais é menor que a órbita da Terra em torno do sol, e, apesar da
enorme gravidade das estrelas centrais, aparentemente é uma órbita
estável.
Além disso, ele tem cerca de seis vezes o raio da Terra, ou cerca de
metade do diâmetro de Júpiter, e sua massa ainda não foi descoberta, mas
provavelmente está entre 20 e 50 vezes a massa da Terra.
PH1 é muito quente, com temperatura de mais de 400 °C no topo das
nuvens. Mesmo que tenha luas, elas devem ser tão quentes quanto o
planeta; ou seja, o sistema todo é inóspito para a vida humana.
O sistema binário central tem uma estrela azul muito mais quente e
mais brilhante que o sol, e outra mais fraca e vermelha. O outro par de
estrelas tem uma estrela parecida com o sol, e outra fraca e vermelha.
As estrelas do par mais distante devem brilhar no céu noturno de PH1
com um pouco mais de força que a lua cheia na Terra, fazendo com que o
céu noturno seja um espetáculo incrível.
Fonte: HypeScience
Fonte: HypeScience
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