domingo, 8 de setembro de 2013

Nova imagem mostra misteriosa nuvem hexagonal de Saturno



Câmeras da sonda espacial Cassini, da Nasa, conseguiram novas imagens de uma misteriosa formação de nuvens em formato hexagonal na superfície de Saturno. Especialistas acreditam que o formato foi criado a partir de ventos conhecidos como “correntes de jato”, correntes de ar velozes que acontecem nas camadas mais altas da atmosfera.
O hexágono foi descoberto pela nave Voyager no início da década de 80, e tem o diâmetro estimado do tamanho de duas Terras. Acredita-se que as correntes de jato movem o hexágono a aproximadamente 100 metros por segundo. “A longevidade do hexágono faz com que ele seja especial, já que o clima na Terra, por exemplo, dura cerca de uma semana”, explica Kuno Sayanagi, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos. De acordo com ele, a duração do fenômeno só é comparável à da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, uma tempestade permanente na superfície daquele planeta.
 
 
A última imagem completamente visível do fenômeno em Saturno foi obtida cerca de 30 anos atrás – a última vez em que o planeta teve uma “primavera”. Depois daquela imagem, o pólo Norte de Saturno ficou encoberto na escuridão por quinze anos. A nave Cassini está na órbita de Saturno desde 2004, e, diferentemente da Voyager, tem um maior ângulo para observar o pólo Norte do planeta, além de conseguir imagens em alta resolução.
Ainda assim, a escuridão no pólo Norte do país encobriu o hexágono das câmeras da nave durante muitos anos. Durante este período, a Cassini conseguiu detectar a localização da formação utilizando os padrões de temperaturas do planeta, e cientistas concluíram que ela se estende a grandes alturas na atmosfera do planeta.
Em janeiro, quando o pólo Norte saiu da escuridão do inverno, as câmeras da Cassini juntaram 55 imagens para criar um mosaico final que mostra o fenômeno. Cientistas envolvidos no projeto usarão as imagens para descobrir mais informações sobre o hexágono, como de onde vem a sua energia e para onde ela é expelida. Os cientistas também pretendem prestar mais atenção nas ondas que irradiam dos cantos do hexágono, onde a corrente de ar é mais intensa.
“Agora que conseguimos ver o hexágono mais detalhadamente, podemos tentar responder algumas das questões sobre uma das coisas mais bizarras que já vimos no sistema solar”, afirma Kevin Baines, cientista da Nasa. “Responder a estas questões do hexágono irá ajudar a responder coisas básicas sobre o clima, que ainda não sabemos sobre o nosso planeta”, completa.
 
Fonte: HypeScience

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