Câmeras da sonda espacial Cassini, da Nasa, conseguiram novas imagens de uma misteriosa formação de nuvens em formato hexagonal na superfície de Saturno. Especialistas acreditam que o formato foi criado a partir de ventos conhecidos como “correntes de jato”, correntes de ar velozes que acontecem nas camadas mais altas da atmosfera.
O hexágono foi descoberto pela nave Voyager no início da década de 80, e tem o diâmetro estimado do tamanho de duas Terras. Acredita-se que as correntes de jato movem o hexágono a aproximadamente 100 metros por segundo. “A longevidade do hexágono faz com que ele seja especial, já que o clima na Terra, por exemplo, dura cerca de uma semana”, explica Kuno Sayanagi, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos. De acordo com ele, a duração do fenômeno só é comparável à da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, uma tempestade permanente na superfície daquele planeta.
A última imagem completamente visível do fenômeno em Saturno foi obtida cerca de 30 anos atrás – a última vez em que o planeta teve uma “primavera”. Depois daquela imagem, o pólo Norte de Saturno ficou encoberto na escuridão por quinze anos. A nave Cassini está na órbita de Saturno desde 2004, e, diferentemente da Voyager, tem um maior ângulo para observar o pólo Norte do planeta, além de conseguir imagens em alta resolução.
Ainda assim, a escuridão no pólo Norte do país encobriu o hexágono das câmeras da nave durante muitos anos. Durante este período, a Cassini conseguiu detectar a localização da formação utilizando os padrões de temperaturas do planeta, e cientistas concluíram que ela se estende a grandes alturas na atmosfera do planeta.
Em janeiro, quando o pólo Norte saiu da escuridão do inverno, as câmeras da Cassini juntaram 55 imagens para criar um mosaico final que mostra o fenômeno. Cientistas envolvidos no projeto usarão as imagens para descobrir mais informações sobre o hexágono, como de onde vem a sua energia e para onde ela é expelida. Os cientistas também pretendem prestar mais atenção nas ondas que irradiam dos cantos do hexágono, onde a corrente de ar é mais intensa.
“Agora que conseguimos ver o hexágono mais detalhadamente, podemos tentar responder algumas das questões sobre uma das coisas mais bizarras que já vimos no sistema solar”, afirma Kevin Baines, cientista da Nasa. “Responder a estas questões do hexágono irá ajudar a responder coisas básicas sobre o clima, que ainda não sabemos sobre o nosso planeta”, completa.
Fonte: HypeScience
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